Noite escura. Senti solidão. No
céu, nem lua, nem estrelas.
Meus sentidos vagavam entre o
cheiro e o gosto acres da folhinha alongada e tenra do pinheiro, que eu
distraidamente mascava e a busca pertinaz de uma estrela (pelo menos uma) entre
as grossas nuvens.
A música alegre era o único elo
entre a noite e a vida, lá dentro, no iluminado salão.
-Vamos, minha estrela! Apareça!
Apareça!
Mais uma folhinha, uma voz me
chamando, o ritmo eletrizante da música no corpo, o calor e o cansaço que
ficaram no corpo e me forçaram a voltar à escuridão da noite.
Senti o vazio. Queria chorar.
Queria minha estrela! E já nem olhava para ela.
Um pequeno brilho, porém, um
olhar para cima, um novo pulsar nas veias revivendo e animando meu corpo...
- Minha estrela! Você está aí!
E ela piscando me devolveu
alegria e paz dos meus trinta anos de luta sem tempo para pensar e ser feliz.
E certamente, agora, eu seria
mais feliz.
Isa Simas

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